terça-feira, 30 de novembro de 2010

HISTÓRIA DOS PROJETOS EDUCACIONAIS NO BRASIL

Joyce Alves, José Augusto da Silva, Lyllyan Simonne Pereira de Almeida Castro, Viumarcia Miranda de Oliveira
RESUMO
Este artigo pretende abordar, aspectos da História da Educação, responsáveis pelas mudanças no fenômeno educativo ao longo do tempo que culminará na História dos Projetos Educacionais no Brasil. observando que a evolução da Educação se dá com o desenvolvimento da Sociedade, pois, a Educação sempre será movida por funções delegadas pela sociedade de que faz parte, ou seja, formaliza-se em resposta ao próprio anseio da civilização humana.
Desta forma, este artigo também registrará o desenvolvimento da humanidade, desde os primórdios até os dias de hoje, destacando alguns aspectos que possibilitaram o desenvolvimento da Educação fazendo uma abordagem da Legislação e finalizando com os Desafios da Educação no século XXI.
Palavras Chave: Histórico da Educação, Legislação, Democracia, Desafios da Educação atual
ABSTRACT
This article deals with aspects of the History of Education, responsible for changes in the educational phenomenon over time that will culminate in the History of Education Projects in Brazil. noting that the evolution of education is given to the development of society, therefore Education is always driven by functions delegated by the society to which it belongs, or shall occur in response to his own desire of human civilization. Therefore, this article will also record the development of mankind from the beginnings to the present day, highlighting some aspects that made possible the development of education by making an approach to legislation and ending with the Challenges of Education in the XXI century.
Keywords: History of Education, Law, Democracy, Challenges of Education on
1 ABORDAGEM HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
Na pré-história, a Educação era difusa, pois acontecia num processo educativo assistemático, com a repetição dos comportamentos considerados desejáveis e que perpetuavam a cultura. Assim, todos tinham acesso ao saber e ao fazer apropriados pela comunidade.
Com o desenvolvimento das primeiras cidades e do comércio e com o surgimento da escrita, a sociedade passa a ser dividida em classes e deixa de ser homogênea. Desta forma, a educação segue esta tendência: na medida em que os escravos mantinham a educação pré-histórica, voltada para o trabalho, outros passaram a especializar-se na administração da sociedade, baseada na religião e nas tradições. É necessário registrar que nesta época surge o Estado, para regular a sociedade, inicialmente legitimado na inspiração divina e como resposta à divisão social do trabalho e ao nascimento do Estado, da família e propriedade privada, surge a Escola como instituição formal.
Ainda na Antigüidade Oriental, surge o pensamento pedagógico, pois era necessário ordenar a Educação para determinados fins e objetivos. Devido ser ainda muito restrito o conhecimento da escrita, surge o dualismo escolar, onde um tipo de ensino destina para o povo e outro para os filhos de funcionários. A Educação Oriental, uma educação tradicionalista, estava relacionada sobretudo com a religião, a grande massa é excluída da escola, tendo acesso apenas à educação familiar informal.
Não se pode deixar de registrar a Grécia, no que diz respeito à História da Educação, visto que ela é considerada como o berço da pedagogia. A palavra paidagogos, originada na Grécia, significa aquele que conduz a criança, no caso o escravo que acompanha a criança à escola. É na Grécia que a Educação alcança a posição de uma questão filosófica, pois os gregos viam na Educação uma oportunidade de tornar o homem “belo e bom”. Com o tempo começa-se a exigir da Educação algo mais, pois era preciso formar o homem e ainda formar o cidadão.
Nos primeiros tempos, quando não existia a escrita, a educação na Grécia era ministrada pela própria família, conforme a tradição religiosa. Com o surgimento da escrita, começam a aparecer as primeiras escolas, que eram acessíveis apenas àqueles que não precisavam lutar pela sua subsistência, o ideal da cultura aristocrática grega não incluía o trabalho, pois o espírito deveria estar livre para criar.”
Foram os gregos os responsáveis pelo desenvolvimento da cultura, da civilização e da educação ocidental, por causa de sua localização estratégica e pela contribuição de filósofos como os Sofistas, Pitágoras, Isócrates, e Xenofontes, foram considerados também ricos em tendências pedagógicas.
Na Educação Romana, podemos distinguir três fases: a latina oriental, de natureza patriarcal, em regime de comunidade primitiva, onde os membros do clã aceitam a autoridade máxima da paterfamílias; depois a influência do helenismo que é criticada pelos defensores da tradição; por fim dá-se a fusão entre a cultura romana e a helenística, que já supõe elementos orientais, mais nítida supremacia dos valores gregos.
Em Roma, muitos teóricos da Educação como Catão, Quintiliano, Sêneca, Varrão, Cícero, e Plutarco, contribuíram para o desenvolvimento do pensamento pedagógico romano, o processo educativo deve sempre relacionar-se com o comportamento moral do educando. A sociedade romana, por ser uma sociedade escravista, a elite dominante é que gozava dos privilégios de uma formação intelectual, e assim como os gregos, defendiam como função da educação, o que “o homem deve ser”.
Na época Medieval, a igreja católica toma maior força, e de modo bastante marcante, reorganiza a filosofia e os demais conhecimentos que viriam a seguir, a partir dela. Os primeiros processos educativos organizados são criados pela igreja, e esta constrói escolas para formar sacerdotes e transmitir assim a doutrina da igreja ao longo do tempo.
Na idade Medieval, a sociedade era Feudal e Agrária. As pessoas (camponeses) viviam no campo, onde a vida era difícil, pois trabalhavam muito e eram obrigados a partilhar o seu ganho com a Igreja e os donos de terra chamados Senhores Feudais. Nesta época, grande parte da população camponesa era analfabeta, a única instrução que recebia era o catecismo das Igrejas, tendo o privilégio de estudar, apenas os religiosos e alguns nobres. Em suma, na idade média predomina a visão teocêntrica, a de Deus como fundamento de toda a ação pedagógica e finalidade da formação do cristão. Quanto às técnicas de ensinar, a maneira de pensar rigorosa e formal cada vez mais determina os passos do trabalho escolar.
É a partir do Século XI, que surgem escolas com professores leigos, o que provoca grande modificação no plano educacional vigente. Neste período, forma-se uma sociedade que apesar de rejeitar a autoridade dogmática da cultura eclesiástica medieval, mantém-se ainda fortemente hierarquizada: à grande parte da população era negado o acesso à educação.
Com a Reforma Protestante, iniciada por Martinho Lutero, que defendia a consulta e interpretação direta do texto bíblico e a educação universal e pública, a escola passa a ter o Estado como controlador nos países protestantes, dessa forma, a escola passa a ser uma escola pública religiosa. Em resposta à reforma, surge a Educação Jesuíta, que tinha como lema a obediência ao papa até a morte, dessa forma, desprezam a educação popular, sobrando para o povo apenas o ensino dos princípios da religião cristã.
A idade moderna, é um período onde surgem muitas contribuições científicas. Dentre grandes nomes, destaca-se Galileu Galilei que propôs uma nova ciência, a ciência moderna que depois se une à técnica, formando uma pedagogia que privilegia o rigor das ciências naturais em detrimento da tradição literária e estética do humanismo renascentista.
Comênio, pedagogo e pastor protestante, não se pode deixar de registrar, é considerado o fundador da pedagogia moderna, o qual defende uma educação democrática para a vida. Nesta época, a educação humanística passa a ser científica baseada na experiência, o conhecimento passa a ter a finalidade de preparar para a vida e para a ação.
Ainda nesta fase, a Educação é presenteada pelo surgimento da didática, cuja origem se dá na necessidade de orientar educadores, em sua ação pedagógica, visto que dos educadores dependiam a formação das novas gerações.
Dessa forma, o pensamento pedagógico da idade moderna caracteriza-se pelo realismo, onde já se destaca os seguintes elementos: o aluno, os conteúdos, os métodos e a sociedade, que é articulada pelo fazer do educador
2 A EDUCAÇÃO NO BRASIL
No Brasil a História da Educação começa em 1549 com a chegada dos jesuítas ou Companhia de Jesus fundada em 1934 por Inácio de Loyola e um pequeno grupo de discípulos, com objetivos catequéticos, em função da Reforma Protestante e a expansão do luteranismo na Europa.
A vinda dos jesuítas proporcionava assim um sistema de educação com base no Rátio Studiorum ou Plano de Estudos que era composto de um conjunto de regras que envolvia desde a organização escolar e orientações pedagógicas até a observância estrita da doutrina católica. A educação almejada pelo Rátio tinha como meta a formação do homem perfeito, do bom cristão e era centrada em currículo de educação literária e humanista voltada para a elite colonial.
Os jesuítas permaneceram como mentores da educação no Brasil por duzentos e dez anos, até 1759 quando foram expulsos de Portugal e de suas colônias por Sebastião José de Carvalho e Melo o Marquês de Pombal primeiro ministro de Portugal entre 1750 e 1777, a educação brasileira com isso vivenciou uma grande ruptura histórica num processo já implantado e consolidado como modelo educacional.
O resultado da decisão de Pombal foi que, no princípio do século XIX, a educação brasileira estava reduzida a praticamente nada, durante esse longo período do Brasil colônia, aumenta o fosso entre os letrados e a maioria da população analfabeta, ligando às ações reformistas empreendidas pelo Marques de Pombal ao desenvolvimento histórico da educação pública no Brasil.
O inicio do século XVII é marcado com o surgimento do iluminismo que sintetizava diversas tradições filosóficas, correntes intelectuais e atitudes religiosas. O uso do termo iluminismo justifica-se dada as tendências gerais comuns a todos os iluministas e a defesa do conhecimento racional como meio para superação de preconceitos e ideologias tradicionais.
Um dos iluministas foi Jean-Jacques Rousseau que influenciado por Diderot e Giambattista incorporou o pensamento liberal, lançando uma visão naturalista e uma revolução pedagógica ao defender o aprendiz e não o mestre. Contemporâneo de Rousseau o filósofo Immanuel Kant retoma o debate entre o pensamento empirista e cartesiano, ambas as correntes defendia o conhecimento humano como conjunto dos conhecimentos particulares gerados pela relação entre a luz da experiência e a razão que tinha como verdadeira ação moral por fundamento a autonomia e a liberdade.
No século XVIII chamado de século da pedagogia um dos aspectos marcantes é a pedagogia política, centrada no esforço para tornar a escola leiga e função do Estado. Apesar dos projetos se estenderem a educação para todos ainda prevalecia dois tipos de educação, ou seja, uma escola para o povo e outra para a burguesia, o que era aceita com tranqüilidade sem o temor de ferir o preceito da igualdade diferente dos ideais revolucionários pautadas na educação universal, gratuita e obrigatória entendida a todos.
O século XIX se distingue por mergulhar a teoria educacional mais a fundo na modernidade, é neste período que se concretizam com a intervenção cada vez maior do Estado para estabelecer a escola elementar universal leiga, gratuita e obrigatória. Os principais pedagogos deste século são Pestalozzi que era considerado um dos maiores defensores da educação popular e extensiva, Froebel que privilegiava a atividade lúdica para o desenvolvimento sensório – motor e inventava métodos para aperfeiçoar as habilidades e Hebart que segundo ele, a conduta pedagógica seguia três procedimentos básicos: o governo, a instrução e a disciplina.
Além dos pedagogos Pestalozzi, Froebel e Herbart, o sociólogo Émile Durkheim aprimora a sociologia criada por Augusto Comte, fugindo de uma visão filosófica idealista e individualista, ao enfatizar a origem social da educação. No campo da psicologia é notório o behaviorismo, de tendência positivista que priorizava a conduta do comportamento interno
Após várias décadas de dominação burguesa crescente, acompanhada por crises econômicas e marcada por revoluções históricas como a Revolução Francesa e a Revolução Industrial ocorridas no século XVIII, em 1824 é outorgada a primeira Constituição Brasileira, que em seu Art. 179 estabelecia a instrução primária e gratuita para todos os cidadãos.
A educação deste período busca a massificação e aproxima-se da tutela estatal. O ensino secundário é dividido em duas formações, a clássica voltada para o ensino superior e a técnica voltada para a indústria. O ensino superior é ampliado e reformulado nas escolas politécnicas criadas para o ensino tecnológico. Assim em 15 de outubro de 1827 foi aprovada a primeira lei sobre instrução pública nacional do Império do Brasil.
Em 06 de agosto de 1834 um Ato Adicional instituiu as Assembléias Legislativas províncias com o poder de elaborar o seu próprio regimento, baseado nesta lei cada província passava a responder pelas diretrizes e pelo funcionamento de suas escola, graças a essa descentralização da educação, em 1835 surgiu a primeira Escola Normal do país em Niterói. No entanto, até a Proclamação da República em 1889 praticamente nada se fez de concreto pela educação brasileira além da promulgação na 2ª Constituição Brasileira de 1891, que falava de Educação no seu artigo 72, parágrafo 6º abordando que “será leigo o ensino ministrado nos estabelecimentos públicos”.
Apesar de duas Constituições e de Leis que tratavam da Educação, a política educacional não se modificou até a primeira Guerra Mundial, quando surge a escola nova em 1920 defendida por Antônio Sampaio Dória, Lourenço Filho, Anísio Teixeira, Francisco Campos, Mário Casassanta, Fernando de Azevedo e Carneiro Leão que tentaram reorganizar os sistemas educacionais do Brasil.
Em 1932, é lançado no Brasil o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, onde as suas principais idéias eram de que a educação deve ser funcional e ativa e os currículos devem adaptar-se aos interesses naturais dos alunos que são eixo da escola, e o centro do problema da educação.
Em 1934, a Nova Constituição estabelece que a educação seja um direito de todos, devendo ser ministrada pela família e pelos poderes públicos; a quarta Constituição promulgada em 1946 inspiradas na ideologia liberal-democrática encaminha uma proposta de LDB (Lei de Diretrizes e Bases) ao Congresso que teve um período de treze anos de tramitação. Após este período de acirradas discussões, foi promulgada a Lei 4.024, em 20 de dezembro de 1961 prevalecendo as reivindicações da igreja católica e dos donos de estabelecimentos particulares de ensino que defendiam o monopólio estatal para oferta da educação aos brasileiros.
Em 1962, é criado o Conselho Federal de Educação, cumprindo o Art. 9º da Lei de Diretrizes e Bases, substituindo o Conselho Nacional de Educação, nesta época também são criados os Conselhos Estaduais de Educação, o Plano Nacional de Educação e o Programa Nacional de Alfabetização, pelo Ministério da Educação e Cultura, inspirado no Método Paulo Freire.
Em 1971 surge uma versão da 4.024/61 sobre o nº. 5.692/71, publicada em 11 de agosto de 1971, durante o governo do presidente Emílio Garrastazu Médici, no período do Regime Militar que fixavam Diretrizes e Bases para o ensino de 1° e 2º graus, e dá outras providências. A Lei 5.692/71 de maneira geral objetivou direcionar o ensino para qualificação profissional em compasso direto com a preparação para o mercado de trabalho altamente rotativo, assim, a política educacional da ditadura se caracterizou por proporcionar uma débil formação escolar e algum tipo de treinamento na formação escolar visando enfraquecer o ensino superior público, abrindo espaços para a iniciativa privada.
Na década de 80, as lutas sociais haviam adquirido força e presença política conquistando importantes mudanças na educação. Com a promulgação da Constituição de 1988, as LDBs anteriores foram consideradas obsoletas, mas apenas em 1996 o debate sobre a nova lei foi concluído tendo como relator Darcy Ribeiro. A atual LDB (Lei 9394/96) tinha como uma das principais características a gestão democrática do ensino público e progressiva autonomia pedagógica e administrativa das unidades escolares.
Neste período, do fim do regime militar aos dias de hoje, considera-se como fase marcante na educação, o trabalho do Ministro Paulo Renato de Souza à frente do Ministério da Educação, através de uma Medida Provisória, extinguiu-se o Conselho Federal de Educação e criou o Conselho Nacional de Educação, tornando o conselho menos burocrático e mais político.
Ainda nesta gestão em toda história da educação do Brasil, jamais houve execução de tantos projetos na área de educação numa só administração. Entre estes programas destaca-se:
· Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério – FUNDEF
· Programa de Avaliação Institucional – PAIUB
· Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica – SAEB
· Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM
· Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs
· Exame Nacional de Cursos – ENC.
Apesar de toda esta evolução e rupturas inseridas no processo, a educação brasileira não evoluiu muito no que se refere à questão da qualidade.
3 DESAFIOS DA EDUCAÇÃO NO SÉCULO XXI
A velocidade da mudança tem se tornado uma característica marcante na era da informação na atualidade. O impacto sócio-econômico desta mudança é global e abrangente, conectando pessoas, famílias, e comunidades locais de outros modos, enquanto que, ao mesmo tempo, aumenta-se a conexão global da sociedade em geral
Na era da informação, conhecimento é um diferencial na crescente sociedade instruída, precisando de cada vez mais educação e aprendizado continuado. A Escola do século XXI é aquela que além da competência, da habilidade, da informação, do conhecimento tecnológico, tem a consciência de que tão importante quanto o desenvolvimento cognitivo é o desenvolvimento humano e que o respeito às diferenças está acima de toda pedagogia.
A função da Escola não é apenas ensinar, mas levar seus alunos ao reino da contemplação do saber. As novas relações entre Sociedade e Estado com respeito à educação, evidenciam os principais desafios da educação brasileira que são: analfabetismo, evasão, repetência e a qualidade de ensino. O papel da Educação no mundo contemporâneo coloca, portanto, para a escola, um horizonte mais amplo e diversificado, é preciso ter em vista uma formação de estudantes capazes de adquirir e desenvolver novas competências, em função de novos saberes que se produzem e que demandam um novo tipo de profissional, preparado para poder lidar com novas tecnologias e linguagens, capazes de responder a novos ritmos e pessoas, isso impõe novas demandas para escola.
Faz-se necessário garantir condições para que o aluno se instrumentalize em um processo de educação contínua e permanente. A escola de sucesso é a que garante a todos os alunos uma trajetória escolar bem sucedida, sem obstáculos, sem tropeços e sem voltas.
A escola reafirma-se, como um espaço de formação e informação que deve possibilitar o desenvolvimento de capacidades que permitam compreender e intervir nos fenômenos sociais e culturais e garantir que os alunos possam ter acesso e compreender o produto das culturas nacionais e universais.
A consecução desse objetivo tem sido associada a políticas e ações governamentais relacionados, entre outras, a regularização do fluxo escolar, à formação de professores e à elaboração de diretrizes curriculares.
As mudanças vividas na atualidade em nível mundial, em termos econômicos, sócias e culturais, com transnacionalização da economia e o intercâmbio quase imediato de conhecimentos e padrões sociais e culturais, através das duas tecnologias da comunicação, entre outros fatores, tem provocado uma nova atuação dos Estados Nacionais, na organização das políticas públicas, por meio de um movimento de repasse de poderes e responsabilidades dos governos centrais para as comunidades locais.
Na educação, o efeito deste movimento são os processos de descentralização da gestão escolar, hoje percebidos como uma das mais importantes tendências das reformas educacionais e nível mundial e um tema importante na formação continuada dos docentes e nos debates educacionais com toda a sociedade.
A gestão democrática da educação formal está associada ao estabelecimento de mecanismo legal e institucional e à organização de ações que desencadeiam a participação social: na formulação de políticas educacionais; no planejamento; na tomada de decisão; na definição do uso de recursos e necessidades de investimento; na execução das deliberações coletivas; nos momentos de avaliação da escola e da política educacional.
Vários autores, como Padilha (1998) e Dourado (2000), defendem a eleição de diretores de escola e a constituição de Conselhos Escolares como formas mais democráticas de gestão.
Segundo o Ciseki (1998), os conselhos, de composição paritária, devem respaldar-se em uma prática participativa de todos os segmentos escolares ( pais, professores, alunos, funcionários ). Para tal, é importante que todos tenham as informações relevantes para a tomada de decisões e que haja transparência nas negociações entre os representantes dos interesses, muitas vezes legitimamente conflitantes, dos diferentes segmentos da comunidade escolar.
A gestão democrática da escola significa, portanto, a conjunção entre instrumentos formais - eleição de direção, conselho escolar, descentralização financeira – e práticas efetivas de participação, que confere a cada escola sua singularidade, articuladas em sistemas de ensino que igualmente promova a participação nas políticas educacionais mais amplas.
A escola que começou com apenas alguns alunos ao redor de um professor, sem quadro negro, sem livros; um professor e um pequeno grupo de alunos, ao longo de séculos, essa estrutura evoluíram, sem jamais deixar de estar centrada no professor. No século XXI, o professor continuará sendo o centro do processo pedagógico, mais de uma forma diferente.
A revolução no equipamento pedagógico ocorrida nos últimos vinte anos esta inventando um novo profissional, por isso, o mais importante desafio da educação contemporânea é formar o professor, mais até, inventar um novo tipo de professor...
Além da dinâmica no conhecimento, e da modernidade dos equipamentos, três outras realidades obrigam o professor a buscar novos conhecimentos: a mente dos alunos, iniciados e viciados nos monitores da televisão e dos computadores, a ausência das famílias e a presença da mídia.
A formação do professor enfrenta, portanto cinco desafios: os novos equipamentos, a dinâmica do conhecimento, a presença da mídia, a ausência da família, o conhecimento precoce e a priori dos alunos. Por isso, nunca foi tão fundamental a formação do professor. O professor do futuro estudará e estará sempre em formação, ou não será professor.
Essa reformulação do professor, mais do que sua formação, exigirá uma modificação na escola e em seus administradores. O salário do professor terá de aumentar consideravelmente, ou a escola não será capaz de manter esse novo profissional. Além dos salários elevados, os professores só poderão exercer suas funções se cada escola dispuser de equipamentos modernos.
Para que isso seja possível, os órgãos de administração da educação precisam necessariamente manter um sistema permanente de formação para os professores, para atualizar tanto o conteúdo de suas disciplinas quanto as novas técnicas pedagógicas, ou de nada adiantará formar professores se eles não forem bem remunerados, mais de nada adiantará formar e remunerar bem se eles não contarem com equipamentos necessários.
O inciso V do artigo 206, da Constituição Federal de 1988, refere- se a valorização dos profissionais do ensino. Aqui, vale salientar que a Constituição cuida preponderante, dos profissionais do ensino público. Qualquer iniciativa de melhoria nos padrões da educação brasileira deve passar, necessariamente, pela valorização dos profissionais do magistério.
4 AS EXIGÊNCIAS DE UMA NOVA EDUCAÇÃO
A educação brasileira, nos últimos anos sofreu as influências de todas as mudanças ocorridas pela implantação da política neoliberal, de globalização da economia e novas tecnologias, ou seja, a nova ordem, imposta pelo capital financeiro, que desvincula a margem de lucro da indústria, vivenciando somente a especulação financeira, através das bolsas de valores. Assim, a educação se adéqua a uma nova ordem do capital, em que a eficiência, produtividade, eficácia e individualidade estão postas no cotidiano, delineada pela qualidade total.
A educação volta-se para uma formação voltada ao alijeiramento, conforme a necessidade de mercado. O Estado deixa de ser o provedor de políticas sociais, para ser um Estado Mínimo, em que a regulamentação de toda a vida se daria agora pelo mercado, isso significa que a educação, perpassa para um processo de rankiamento, agora educação é como uma mercadoria, que cada consumidor a terá conforme sua condição social. Mas dentro deste contexto se cria uma forte corrente para pensar e fazer uma educação na perspectiva transformadora, que eleve o espírito humano para a cidadania.
A educação para este novo milênio, esta cheia de desafios, que o homem-mulher, terá que enfrentar num sentido de garantir, que o fazer pedagógico, não se perca diante da grandiosidade que se apresenta com as novas formas de informação e comunicação. Não podemos permitir que a forma de vida seja delineada pelas máquinas, que homem-mulher, seja substituído, o que traria uma grande perda nas gerações futuras, quanto ao sentir, falar, ouvir, paladar e ver.
A escola é o espaço de maior interação entre homens e mulheres com o conhecimento, logo, a escola é o lócus do fazer humano. Mas é evidente que são muitos os problemas, como o analfabetismo, a miséria, a prostituição, o desemprego, que implicam diretamente no fazer da escola, porém, com políticas afirmativas podemos reverter esse quadro,conforme o Fórum Social Mundial.
Desde o império, observa - se que as Constituições Brasileiras sofreram degenerações e avanços, que definiu o papel do Estado relativo à Educação, a exemplo da Constituição de 1988, diferentemente das outras, pouco ou ambiguamente foi delineada. O Plano Nacional de Educação, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Plano de Desenvolvimento da Educação, Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio, Parâmetros Curriculares da Educação Infantil e Ensino Fundamental, Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação, são caminhos para a construção em certa medida de uma educação que priorize a qualidade social da educação.
Portanto, reafirma-se que a educação pública brasileira, é um bem do nosso povo, que trás significativos conhecimentos para um povo que tem esperança em dias melhores. Assim, a defesa da Escola Pública, perpassa por políticas de investimentos cada vez maiores, assim, a sociedade defende o que está escrito no PNE DA SOCIEDADE CIVIL, 10% do PIB para a Educação.
5 CONSIDERAÇÕES – CONCLUSÕES TRANSITÓRIAS
A história da Educação Brasileira, desde o período jesuítico até a atualidade, sempre foi marcada por rupturas, mas, a educação ainda não assumiu um caráter nacional como o que aconteceu durante a colonização. Muitas propostas fora elaboradas, entretanto ainda a muito que fazer. É preciso, construir novas propostas que atendam à sublime necessidade do desenvolvimento da qualidade de ensino.
Os professores enquanto partícipes deste processo devem promover o ensino de forma igualitária, apresentando as condições necessárias para o desenvolvimento da aprendizagem na posição de mediador e não de detentor do conhecimento. Os mesmos devem ser providos de acesso a programas de formação continuada e inovações tecnológicas, de forma, que lhes auxiliem como novos instrumentos de ensino.
O maior desafio na atualidade, ainda não são as novas tecnologias, mas, o professor ser o responsável em fazer o indivíduo salivar, ter vontade de aprender, desejo este que já está presente na criança ao nascer, e que é mutilado através dos anos por uma educação deficitária.
O momento é de Revolução, mudanças que busquem melhorias, detectando assim os problemas. Será, a partir de uma investigação dos anseios de uma Sociedade, a qual o sistema de ensino está submetido, que atenderemos ao futuro. Porém, é preciso implantar um modelo único de educação para atender as necessidades da população de um modo eficaz, desvinculado do modelo europeu e criando soluções baseadas nas características brasileiras. Basta uma iniciativa séria por parte do Poder público, aliada a uma forte vontade de mudança.
6 REFERÊNCIAS
ESPECIALIZAÇÃO E ESTUDOS AVANÇADOS. História dos Projetos Educacionais no Brasil - Módulo II. Araguaina: ESEA, 2009
Educativa, História da Educação no Brasil. Ano I. nº 13, Editora Minuano Cultural. p. 6-9
LUZIA, Ana Maria Savio. Panorama da Educação Brasileira Frente ao Terceiro Milênio. <http://www.cdcc.sc.usp.br/ciencia/artigos/art_27/psiedu.html>

Um comentário:

Káthia Bannach disse...

Profesora, a senhora sempre me susrpreendendo e me ajudando, estou fazendo outra pós pela ESEA, espero que possas me ajudar novamente.
Obrigada e parabéns pelo artigo.
Um beijo grande!

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